Este apelo dramático coincide com um apoio público crescente a uma política de defesa e segurança comum na UE.

Num discurso em Berlim, Rutte advertiu que a Rússia poderá usar força militar contra um país da NATO nos próximos cinco anos e lamentou que muitos aliados permaneçam “silenciosamente complacentes” e não sintam a urgência do momento.

“A hora de agir é agora”, declarou, defendendo um aumento urgente dos gastos com defesa e da produção de armas para dissuadir Vladimir Putin. O seu alerta reflete uma crescente preocupação com a segurança europeia, especialmente num contexto de incerteza sobre o futuro do apoio dos EUA.

Esta perceção de ameaça encontra eco na opinião pública europeia.

Um recente Eurobarómetro revelou que 79% dos cidadãos da UE são a favor de uma política comum de defesa e segurança, o segundo valor mais elevado desde 2004. A mesma sondagem indicou que 77% dos inquiridos consideram a invasão da Ucrânia uma ameaça à segurança da UE. A necessidade de uma Europa mais forte na defesa é também sublinhada pela admissão, por parte da alta representante Kaja Kallas, de que a Ucrânia poderá ter de prescindir da integração na NATO, o que torna ainda mais prementes as garantias de segurança europeias.