O governo búlgaro, liderado pelo primeiro-ministro Rosen Zhelyazkov, demitiu-se na sequência de semanas de protestos massivos contra a corrupção e uma proposta de orçamento controversa. A crise política surge num momento delicado, a poucas semanas da planeada adesão do país à zona euro, a 1 de janeiro de 2026. A demissão ocorreu após três semanas de manifestações em Sófia e outras cidades, que reuniram dezenas de milhares de pessoas, maioritariamente jovens. A contestação foi espoletada por uma proposta de orçamento para 2026 que previa aumentos de impostos, vistos pelos manifestantes como uma forma de encobrir a corrupção endémica.
Embora o governo tenha retirado a proposta, a fúria popular persistiu.
Ao anunciar a renúncia, Zhelyazkov afirmou: “Ouvimos a voz dos cidadãos a protestar contra o governo.
Esta energia cívica deve ser apoiada”.
A queda do executivo, formado há menos de um ano, mergulha o país mais pobre da UE em incerteza.
O Presidente Rumen Radev, que apoiou os manifestantes, iniciou consultas com os principais partidos para tentar formar um novo governo.
Caso não seja possível, a Constituição prevê a nomeação de um governo interino e a convocação de novas eleições, as oitavas desde 2020.
A instabilidade política lança uma sombra sobre a iminente entrada da Bulgária no euro e reflete as profundas tensões sociais e políticas no seio do Estado-membro.
Em resumoA demissão do governo búlgaro, impulsionada pela pressão popular contra a corrupção, mergulha o país numa crise política que ameaça a sua estabilidade e lança incertezas sobre a sua iminente entrada na zona euro. A situação evidencia os desafios contínuos com o Estado de direito e a governação num Estado-membro da UE.