Esta viragem estratégica ameaça a aliança transatlântica e coloca a UE sob pressão para afirmar a sua autonomia.

A publicação da nova Estratégia de Segurança Nacional (NSS) dos EUA foi recebida com alarme em Bruxelas.

O documento descreve a Europa como um continente em risco de "apagamento civilizacional" devido à imigração e à "decadência cultural", defendendo que as nações europeias devem assumir a "responsabilidade principal" pela sua própria defesa.

Esta visão crítica é acompanhada por ações concretas de pressão.

Washington ameaçou a UE com retaliações comerciais devido à sua regulamentação no setor digital, como a Lei dos Serviços Digitais (DSA), que considera "discriminatória" e direcionada às empresas americanas.

O representante da Casa Branca para o Comércio advertiu que, se a UE persistir, os EUA não terão "outra escolha senão utilizar todas as ferramentas disponíveis para contrariar estas medidas irracionais".

Adicionalmente, fontes europeias e ucranianas indicam que a administração Trump está a pressionar diretamente alguns governos europeus para que rejeitem o plano de financiamento da Ucrânia com ativos russos congelados.

Esta conjuntura leva analistas a descrever a situação da UE como um "duplo cerco", enfrentando a hostilidade da Rússia a leste e uma pressão desestabilizadora do seu aliado histórico a oeste.