O acordo foi alcançado em torno do chamado "plano B", que consiste na emissão de dívida conjunta garantida pelo orçamento da UE. Esta solução foi adotada após o fracasso em obter consenso para o "plano A", que previa a criação de um empréstimo de reparações baseado nos ativos russos congelados no espaço comunitário. A principal oposição a esta última proposta veio da Bélgica, país que alberga a maior parte destes ativos (cerca de 185 mil milhões de euros) e que exigia garantias jurídicas robustas para se proteger de potenciais litígios e represálias financeiras por parte de Moscovo. O primeiro-ministro belga, Bart de Wever, recusou que o seu país arcasse sozinho com os riscos, afirmando: "Se todos nós falharmos, falharemos juntos".
A Hungria, a Eslováquia e a República Checa também manifestaram reservas, optando por não participar na partilha do encargo da nova dívida, embora não tenham bloqueado a decisão final.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, sublinhou que a decisão envia uma "mensagem cristalina" ao Kremlin e é "crucial para alcançar uma paz justa e duradoura", acrescentando que "a Ucrânia apenas vai pagar este empréstimo quando a Rússia pagar as reparações".
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, considerou o acordo "uma posição forte da UE e uma expressão de unidade".
Este novo apoio poderá custar aos contribuintes europeus cerca de três mil milhões de euros por ano em juros.














