A decisão foi alcançada após uma cimeira maratona, contornando divisões internas sobre a utilização de ativos russos congelados. Após mais de 15 horas de negociações intensas, os líderes da UE chegaram a um consenso em torno de um "plano B" para financiar a Ucrânia, que consiste na emissão de dívida conjunta garantida pelo orçamento comunitário.

Esta solução alternativa foi adotada após o fracasso do plano inicial, que previa a utilização dos ativos soberanos russos congelados na Europa, uma proposta que enfrentou a oposição firme da Bélgica.

O governo belga, onde se encontra a maior parte destes ativos, manifestou receios sobre os riscos jurídicos e financeiros, exigindo garantias que não foram consensuais.

O acordo foi alcançado através de um mecanismo de cooperação reforçada, que permitiu que Hungria, Eslováquia e República Checa optassem por não participar no encargo financeiro sem, no entanto, vetarem a decisão.

O Presidente do Conselho Europeu, António Costa, classificou o apoio como "crucial para alcançar uma paz justa e duradoura", sublinhando que "a Ucrânia apenas vai pagar este empréstimo quando a Rússia pagar as reparações".

A decisão foi vital para Kiev, que enfrentava uma potencial rutura de liquidez em abril de 2026. A Rússia reagiu com satisfação por os seus ativos não terem sido utilizados, embora o Presidente Vladimir Putin tenha advertido que os europeus "terão de devolver o que foi roubado".