Estas medidas, impulsionadas pela guerra na Ucrânia, refletem uma mudança estratégica para uma maior autonomia e capacidade de resposta militar do bloco. A proposta de um "Schengen Militar", aprovada pelo Parlamento Europeu, visa eliminar as fronteiras internas para a circulação de tropas e equipamento militar, simplificando procedimentos burocráticos e modernizando infraestruturas críticas como pontes, estradas e ferrovias. A resolução apoia um aumento do orçamento para a mobilidade militar para mais de 17 mil milhões de euros no próximo quadro financeiro plurianual. Em paralelo, a UE está a ajustar as regras de programas de financiamento existentes, como o Horizonte Europa e o Europa Digital, para permitir investimentos em tecnologias de duplo uso (civil e militar), no âmbito do plano ReArm Europe.

Esta iniciativa pretende reforçar a base tecnológica e industrial de defesa europeia e a sua resiliência face a ameaças híbridas.

A tendência é corroborada por investimentos nacionais significativos, como a aprovação pela Alemanha de quase 50 mil milhões de euros em novas aquisições militares, com o objetivo de construir o exército convencional "mais poderoso da Europa" como resposta à ameaça russa e à incerteza sobre o futuro do apoio dos EUA.