A oposição liderada pela França, e recentemente reforçada pela Itália, criou uma minoria de bloqueio que impediu a aprovação atempada do tratado negociado durante 25 anos.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, reafirmou a sua posição de forma inequívoca, declarando que "não há condições para assinar este acordo". A principal preocupação, partilhada por outros países e amplificada por protestos de milhares de agricultores em Bruxelas, é a perceção de "concorrência desleal" dos produtos agrícolas sul-americanos, que não estariam sujeitos às mesmas normas ambientais e sanitárias que os europeus. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, considerou "prematuro" assinar o acordo antes de finalizar um pacote de medidas para proteger os agricultores, embora tenha assegurado ao Presidente brasileiro, Lula da Silva, que o seu país apoiará o pacto assim que estas questões forem resolvidas, pedindo "paciência". A Comissão Europeia, através da sua presidente Ursula von der Leyen, e países como Portugal e Espanha, defenderam a urgência do acordo, sublinhando a sua importância geoestratégica e económica para um mercado de 700 milhões de consumidores.
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, considerou que seria "imperdoável" falhar a sua consumação.
Do lado sul-americano, o Brasil alertou que, sem uma assinatura rápida, o Mercosul direcionaria a sua atenção para outros parceiros comerciais.
Apesar do revés, a UE comprometeu-se, numa carta a Lula, a finalizar o processo no início de janeiro.














