Enquanto o Presidente polaco criticou a "ingratidão" ucraniana, o seu ministro dos Negócios Estrangeiros ironizou com a postura pró-russa do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

O Presidente polaco, Karol Nawrocki, ultranacionalista, expressou o descontentamento da sociedade polaca pela perceção de que os esforços e a assistência de Varsóvia não foram recebidos "com a devida gratidão e compreensão" por parte de Kiev.

Durante a campanha eleitoral, Nawrocki defendeu o fim dos benefícios para refugiados ucranianos e opôs-se à adesão da Ucrânia à UE e à NATO.

Em contraste, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu o encontro com Nawrocki como "muito positivo", procurando um "novo capítulo" nas relações.

Noutra frente, o chefe da diplomacia polaca, Radoslaw Sikorski, atribuiu simbolicamente a "Medalha Lenine" a Viktor Orbán, após este se ter vangloriado de ter impedido a Europa de "declarar guerra à Rússia utilizando recursos russos", referindo-se ao bloqueio húngaro ao plano de usar ativos russos congelados para financiar a Ucrânia.

Orbán, um aliado próximo de Putin, tem sido uma voz dissonante dentro da UE. Sikorski respondeu à publicação de Orbán com uma imagem da mais alta honra civil soviética, acompanhada da palavra "Parabéns".

O ministro húngaro, Peter Szijjárto, retaliou, acusando o homólogo polaco de ser favorável a uma guerra entre a Europa e a Rússia, algo que Budapeste "jamais" aceitará.