O acordo foi alcançado após o colapso do plano inicial, que previa a utilização dos ativos soberanos russos imobilizados na Europa.

Esta proposta, defendida pela Alemanha e pela Comissão Europeia, enfrentou forte resistência da Bélgica, onde se encontra a maior parte desses fundos (cerca de 180 mil milhões de euros na Euroclear).

O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, alertou para os riscos sistémicos e jurídicos, uma preocupação partilhada por outros países como a Itália.

Perante o impasse, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, ativou um "plano B": um empréstimo garantido pelo orçamento da UE.

Para evitar o veto da Hungria, foi utilizado um mecanismo de cooperação reforçada, permitindo que 24 dos 27 Estados-membros avançassem com o financiamento, enquanto Hungria, Eslováquia e República Checa optaram por não participar na partilha do encargo da dívida.

Este apoio é considerado crítico para Kiev, que enfrentaria uma rutura de liquidez em abril de 2026.

O presidente Volodymyr Zelensky saudou a decisão, que fortalece a resiliência do país.

Ficou estabelecido que a Ucrânia só terá de reembolsar o valor quando a Rússia liquidar as futuras reparações de guerra.

Caso isso não aconteça, os ativos russos poderão ser usados como garantia.