Esta abertura surge após meses de interrupção nas comunicações diretas entre os dois líderes e num momento de intensificação dos esforços diplomáticos para encontrar uma solução para o conflito.
O interesse num contacto direto foi manifestado por ambos os lados.
Macron, falando em Bruxelas após uma cimeira europeia, afirmou que "vai voltar a ser útil falar com Vladimir Putin", especialmente no contexto das negociações indiretas mediadas pelos Estados Unidos.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, confirmou a disponibilidade de Putin, lembrando que o presidente russo já tinha manifestado essa abertura.
A relação entre os dois líderes deteriorou-se significativamente após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, com o último contacto a ocorrer em setembro desse ano. A presidência francesa reconheceu que "a invasão da Ucrânia e a obstinação do Presidente Putin puseram fim a qualquer possibilidade de diálogo", mas acrescentou que "a partir do momento em que a perspetiva de um cessar-fogo e de uma negociação de paz se torna mais clara, volta a ser útil falar com Putin".
A potencial reaproximação ocorre também no contexto da detenção do cientista político francês Laurent Vinatier na Rússia, sobre o qual Moscovo anunciou ter feito uma "proposta" a Paris.
Analistas sugerem que Macron está a tentar assumir um papel de liderança europeia, posicionando-se como um interlocutor-chave com o Kremlin, numa altura em que a Europa procura ter uma voz mais ativa nas discussões de paz.














