O chefe da diplomacia polaca, Radoslaw Sikorski, ironizou a posição do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, atribuindo-lhe simbolicamente a Medalha Lenine.

A troca de mensagens ocorreu após a cimeira de Bruxelas, onde Orbán se vangloriou de ter impedido "que a Europa declarasse guerra à Rússia utilizando recursos russos", referindo-se ao bloqueio da proposta de usar os ativos russos congelados. A Hungria, juntamente com a Eslováquia e a República Checa, optou por não participar no empréstimo conjunto de 90 mil milhões de euros que foi aprovado como alternativa.

Em resposta à publicação de Orbán na rede social X, Sikorski publicou uma imagem da Medalha da Ordem de Lenine, a mais alta honra civil da União Soviética, com a legenda "Parabéns".

O gesto foi uma crítica direta à postura de Orbán, vista por Varsóvia como favorável ao Kremlin.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Peter Szijjárto, reagiu acusando o homólogo polaco de ser favorável a uma guerra entre a Europa e a Rússia. O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, também rejeitou os argumentos financeiros de Orbán para não participar no empréstimo, esclarecendo que o financiamento provém de uma reserva orçamental para a qual todos os Estados-membros, incluindo a Hungria, contribuíram.

Este episódio ilustra a crescente divergência entre Varsóvia e Budapeste em matéria de política externa, especialmente no que toca à Rússia e à Ucrânia.