A justificação para esta medida foi explicitamente política, com Donald Trump a associá-la diretamente ao processo judicial por tentativa de golpe de Estado contra o seu aliado e ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Trump descreveu a ação judicial contra Bolsonaro como uma "caça às bruxas" e, em retaliação, sancionou também o juiz do Supremo Tribunal Federal brasileiro, Alexandre de Moraes, congelando os seus possíveis bens nos EUA.
Esta interferência direta na soberania judicial de outro país provocou uma forte reação no Brasil.
O Presidente Lula da Silva, embora se tenha mostrado "aberto ao diálogo" sobre as tarifas, fez questão de afirmar que "quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e as suas instituições". A situação desencadeou manifestações em São Paulo, onde os protestos visaram o que foi considerado uma "agressão" e uma "interferência na soberania" do Brasil.
O episódio ilustra a forma como a administração Trump utiliza a política comercial como uma ferramenta de pressão para atingir objetivos de política externa, neste caso, a defesa de um aliado político num processo judicial interno de outra nação, misturando economia, diplomacia e questões legais de forma controversa.