A aceitação do acordo, sob forte pressão, foi apelidada nos bastidores de Bruxelas como o "Dia da Humilhação".
A imposição de tarifas por parte da administração Trump revelou as diferentes prioridades económicas entre os Estados-membros da UE.
A Alemanha e a Itália, com elevados superavits comerciais com os EUA, foram dos principais impulsionadores da aceitação do acordo para evitar uma guerra comercial. Em contrapartida, a França, menos exposta, reagiu com indignação, com o seu presidente a considerar a postura europeia uma "rendição".
O pacto obriga a Europa a respostas económicas urgentes, mas apenas alguns países, como a Alemanha, possuem margem orçamental para compensar as perdas sem sofrer represálias dos mercados financeiros.
Países como França, Itália e Espanha enfrentarão maiores dificuldades.
Analistas criticaram a passividade europeia na negociação, sugerindo que a UE poderia ter ameaçado o superavit americano em serviços para reequilibrar as negociações.
A ausência de um plano de recuperação e investimento robusto por parte da UE, à imagem do que foi feito durante a crise do euro, reforçou a perceção de fragilidade institucional e de uma Europa enfraquecida e sem rumo claro, que pareceu ceder de forma submissa à pressão de Washington.