A medida é amplamente vista como uma forma de pressionar o governo de Lula da Silva a conceder amnistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações de tentativa de golpe de Estado. A crise diplomática entre Washington e Brasília intensificou-se com a entrada em vigor de tarifas norte-americanas sobre cerca de 700 produtos brasileiros, incluindo carne, café e frutas.
Esta ação económica é vista como diretamente ligada à situação judicial do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem Donald Trump tem demonstrado apoio, apelidando o processo de "caça às bruxas". Simultaneamente às tarifas, os EUA impuseram sanções ao juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes, relator do processo em que Bolsonaro é acusado de planear um golpe de Estado após a sua derrota eleitoral em 2022. O governo de Lula da Silva, embora a negociar a retirada de alguns produtos da lista de tarifas, mantém uma posição firme, afirmando que a soberania do país e a independência dos tribunais são inegociáveis.
Numa declaração, Lula da Silva afirmou: "A nossa democracia está sendo questionada, nossa soberania está sendo atacada, nossa economia está sendo agredida".
A situação política no Brasil permanece tensa, com parlamentares da extrema-direita a promoverem um boicote no Congresso para forçar a votação de um projeto de amnistia que beneficiaria Bolsonaro.
Entretanto, o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, encontra-se nos EUA a negociar mais sanções contra autoridades brasileiras, sugerindo que futuras medidas poderiam visar a mulher do juiz Moraes.