Esta medida insere-se numa política comercial agressiva que já levou a um acordo-quadro entre as duas potências.
A relação comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia continua sob tensão, com o Presidente Donald Trump a utilizar as tarifas como principal instrumento de pressão. Recentemente, Trump ameaçou impor uma sobretaxa de 35% aos produtos da UE se um acordo de investimento de 600 mil milhões de dólares não for cumprido, chegando a ponderar tarifas de 250% sobre produtos farmacêuticos. Esta ameaça segue-se a um acordo comercial alcançado no final de julho, que já estabelecia uma taxa de 15% sobre a maioria das exportações europeias, incluindo automóveis. Este acordo foi visto por alguns círculos europeus como uma capitulação, sendo apelidado de "Dia da Humilhação".
A negociação expôs as divisões internas na UE: enquanto países com um grande superavit comercial com os EUA, como a Alemanha e a Itália, pressionaram por um acordo para evitar uma guerra comercial, a França mostrou-se mais resistente.
Em resposta ao acordo e às novas ameaças, a Comissão Europeia anunciou a suspensão das contramedidas que planeava aplicar aos Estados Unidos, numa tentativa de desanuviar a situação.
A estratégia de Trump demonstra uma abordagem transacional e agressiva nas relações comerciais, mantendo os aliados europeus sob constante pressão económica para alinharem com os interesses norte-americanos.