A cimeira, que exclui a participação do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky por decisão russa, representa um momento crucial nas relações entre Washington e Moscovo.
A iniciativa para a reunião surge num contexto de forte pressão por parte da administração Trump, que estabeleceu um prazo, que termina a 8 de agosto, para que a Rússia aceite um acordo de paz, sob ameaça de novas sanções económicas e tarifas alfandegárias.
A confirmação do encontro bilateral, que poderá realizar-se nos Emirados Árabes Unidos, foi vista como um resultado direto desta tática.
No entanto, a decisão de Putin de excluir Zelensky das conversações gerou ceticismo e preocupação. O presidente ucraniano considerou "injusto" ficar de fora, enquanto líderes europeus e analistas expressaram receio de que a Europa seja marginalizada e que um eventual acordo possa ser desfavorável a Kiev. Donald Trump, que inicialmente pretendia uma cimeira a três, acabou por aceitar negociar a sós com Putin, afirmando que o homólogo russo "não quer" a presença de Zelensky. Fontes da administração americana indicam que Trump demonstra uma posição "menos ingénua" quanto às intenções do Kremlin, mas a sua disposição para um encontro bilateral alimenta o receio de que a Rússia procure "enrolar" os Estados Unidos sem oferecer concessões reais.
A população de Kiev, por sua vez, mostra-se pessimista, vendo a reunião como mais uma manobra de Moscovo.
O comentador Manuel Serrano alerta que "é muito perigoso que Trump se reúna sozinho com Putin", sublinhando os riscos de um acordo desequilibrado.