A intervenção presidencial direta nos assuntos de uma das maiores empresas de tecnologia dos EUA gerou controvérsia e destaca as tensões entre Washington e Pequim. A exigência de Trump, publicada na sua plataforma Truth Social, surge na sequência de uma carta do senador republicano Tom Cotton, que expressou "preocupação" com as ligações de Lip-Bu Tan a empresas que "têm ligações com o Partido Comunista Chinês e ao Exército Popular de Libertação". O senador acusou o CEO de controlar dezenas de empresas chinesas e de deter participações em companhias de semicondutores ligadas ao exército chinês. Em resposta, Lip-Bu Tan enviou uma mensagem aos funcionários da Intel, na qual se defendeu, afirmando: "Quero ser absolutamente claro: em mais de quarenta anos no setor, estabeleci relações em todo o mundo e (...) sempre exerci a minha atividade respeitando as normas jurídicas e éticas mais rigorosas".
Garantiu ainda estar a colaborar com a administração Trump para esclarecer os factos e partilhar o "compromisso do Presidente em promover a segurança nacional e económica dos Estados Unidos".
O incidente ocorre num momento delicado para a Intel, que, sob a liderança de Tan desde março, procura recuperar terreno face a concorrentes como a Nvidia, especialmente na área da inteligência artificial.
A pressão da Casa Branca teve um impacto imediato, com as ações da Intel a registarem uma queda de 3% após a notícia.