A frustração da Casa Branca culminou numa acesa discussão telefónica, na qual Trump terá confrontado Netanyahu sobre a situação de fome no enclave palestiniano. De acordo com fontes da Casa Branca citadas pela NBC News, a chamada de 28 de julho foi "principalmente unilateral", com Trump a gritar com o líder israelita, rejeitando a sua alegação de que os relatos de fome eram "uma mentira fabricada pelo Hamas". Trump terá afirmado que os seus próprios enviados lhe mostraram provas de crianças a morrer à fome, uma realidade que "não é possível fingir".
Esta confrontação ocorreu um dia depois de Netanyahu ter negado publicamente a existência de fome em Gaza.
A tensão reflete uma crescente divergência entre os dois aliados sobre a condução da guerra e as suas consequências humanitárias.
A situação levou mesmo um grupo de 550 ex-funcionários da agência de segurança israelita Shin Bet, liderados pelo antigo chefe Ami Ayalon, a dirigir uma carta aberta a Trump, pedindo o fim da campanha militar.
Ayalon afirmou que, embora a carta se baseie numa análise estratégica, ele pessoalmente sente "vergonha do que estamos a fazer em Gaza". Publicamente, Trump mantém a posição de que "a forma mais rápida de pôr fim à crise humanitária em Gaza é o Hamas render-se e libertar os reféns", mas a sua intervenção direta junto de Netanyahu revela uma profunda preocupação e impaciência com a abordagem do governo israelita.













