A medida insere-se numa estratégia mais ampla dos EUA para isolar economicamente a Rússia e limitar a sua capacidade de financiar a guerra na Ucrânia.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou diretamente ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, para que limitasse as exportações de energia da Rússia, um pedido alinhado com a pressão exercida por Washington. A Índia, que adotou uma postura neutra no conflito, tornou-se um dos maiores compradores de petróleo russo com desconto, passando de menos de 2% para mais de um terço das suas importações totais de crude. Em resposta, os Estados Unidos agravaram as tarifas comerciais sobre produtos indianos para até 50%, uma medida que, segundo o secretário das Finanças indiano, Pankaj Chaudhary, poderá afetar cerca de 55% das exportações do país para os EUA.

Grandes retalhistas americanos, como a Walmart e a Amazon, já solicitaram uma pausa nas remessas de exportadores indianos, principalmente do setor têxtil.

Embora a justificação oficial para as tarifas seja a compra de petróleo russo, em Nova Deli a medida é interpretada como uma tática de pressão para desbloquear um acordo comercial bilateral.

A Índia tem recusado abrir o seu mercado a produtos agrícolas e lácteos dos EUA para proteger os seus agricultores, um dos principais pontos de atrito nas negociações.