A organização Human Rights Watch (HRW) acusou a administração Trump de manipular politicamente o relatório anual de direitos humanos do Departamento de Estado. O documento de 2024 omite secções críticas e suaviza a linguagem sobre abusos em países como Israel e Rússia, minando a credibilidade de uma ferramenta historicamente importante da política externa dos EUA. A HRW advertiu que a omissão de certas secções e a "manipulação" de abusos "rebaixam e politizam o relatório". O documento divulgado na terça-feira omitiu várias categorias de violações que eram comuns em edições anteriores, incluindo as relativas aos direitos das mulheres, da comunidade LGBTI, de pessoas com deficiência, corrupção governamental e liberdade de reunião pacífica.
A organização destacou que o relatório eliminou críticas a El Salvador, Israel e Rússia, enquanto intensificou a censura ao Brasil e à África do Sul.
Especificamente em relação a Israel, o relatório não inclui as deslocações forçadas de palestinianos em Gaza, a utilização da fome como arma de guerra e a privação deliberada de água e cuidados médicos, ações que a HRW classifica como "crimes de guerra, crimes contra a humanidade e atos de genocídio". Sarah Yager, diretora da HRW em Washington, descreveu o novo relatório como "um exercício de branqueamento e engano", afirmando que o Governo Trump transformou-o numa "arma que faz com que os autocratas pareçam mais aceitáveis".
Segundo a ONG, esta politização do documento põe em risco os defensores dos direitos humanos, debilita a proteção para requerentes de asilo e prejudica a luta global contra o autoritarismo.
Em resumoA Human Rights Watch denunciou que o relatório de direitos humanos de 2024 da administração Trump foi politicamente manipulado. O documento omite categorias de violações e suaviza críticas a países como Israel e Rússia, uma ação que, segundo a ONG, "rebaixa e politiza" o relatório, prejudicando a política externa dos EUA.