Esta abordagem dupla reflete a complexa estratégia de Washington, que procura negociar enquanto aumenta a pressão sobre setores tecnológicos estratégicos de Pequim. A decisão de estender a pausa nas tarifas foi assinada por Donald Trump horas antes de a trégua anterior expirar, mantendo as taxas atuais de 30% sobre produtos chineses e 10% sobre bens norte-americanos.

O presidente norte-americano afirmou que as negociações com Pequim estão a correr "bastante bem" e que a sua relação com o Presidente Xi Jinping é "muito boa".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês confirmou a extensão e apelou a "esforços" dos EUA para alcançar um "resultado positivo baseado na igualdade, no respeito e no benefício mútuo".

No entanto, em contraste com esta aparente distensão, Trump impôs uma nova tarifa de 15% sobre a venda de 'chips' para inteligência artificial à China e proibiu a comercialização dos processadores mais avançados. Esta medida visa diretamente um dos setores mais estratégicos para o desenvolvimento tecnológico da China, demonstrando a intenção da Casa Branca de usar o comércio como uma ferramenta de contenção geopolítica. A abordagem de Trump combina a manutenção do diálogo para evitar uma guerra comercial total com ações cirúrgicas para limitar o avanço tecnológico do seu principal rival económico.