As medidas, que afetam setores chave como o têxtil e o agrícola, são vistas como uma tática de pressão para forçar concessões em negociações comerciais e alinhar estes países com os interesses geopolíticos dos EUA, nomeadamente em relação à Rússia. No caso da Índia, Washington aplicou uma tarifa que pode chegar aos 50%, abrangendo cerca de 55% das exportações indianas para os EUA. A justificação oficial centrou-se na compra de petróleo russo por parte de Nova Deli, sendo interpretada como uma forma de pressão para desbloquear o estagnado Acordo Comercial Bilateral. A medida levou a Associação de Exportadores de Tiruppur a suspender a produção destinada ao mercado americano, e o governo indiano afirmou que tomará "todas as medidas necessárias para garantir o interesse nacional".

Para o Brasil, foi imposta uma tarifa adicional de 50% sobre produtos como carne bovina e café, afetando 36% das suas importações.

O embaixador brasileiro em Lisboa, Raimundo Carreiro, alertou que o Brasil poderá agir em "reciprocidade" e que as medidas aprofundam o desequilíbrio no tratamento de cidadãos entre os dois países, contrariando o Tratado de Amizade. O ministro das Finanças brasileiro, Fernando Haddad, considerou que a questão comercial não é o foco principal, mas sim uma forma de pressão política, e denunciou que uma reunião com um assessor de Trump foi cancelada após pressão da extrema-direita brasileira. Ambos os países veem as tarifas como uma forma de coerção para alinhamento com as políticas de Washington.