Um dos pilares da estratégia diplomática de Donald Trump para a Ucrânia é a proposta de "garantias de segurança robustas" para Kiev. Esta oferta, que segundo Washington obteve a concordância de Vladimir Putin, visa criar um mecanismo de proteção semelhante ao Artigo 5.º da NATO, sem, no entanto, integrar a Ucrânia na aliança militar. O enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, descreveu o acordo de Putin a esta fórmula como uma concessão "revolucionária", afirmando que "foi a primeira vez que ouvimos os russos concordarem com isso". A proposta é vista como uma forma de contornar uma das principais "linhas vermelhas" de Moscovo — a expansão da NATO para as suas fronteiras — ao mesmo tempo que se oferece a Kiev uma proteção credível contra futuras agressões.
Trump deixou claro que a Ucrânia não fará parte da Aliança Atlântica, mas que os EUA estarão "envolvidos" no esforço de segurança, que deverá ser liderado por potências europeias como França, Alemanha e Reino Unido.
Numa entrevista, Trump descartou o envio de tropas americanas para o terreno, afirmando: "Têm a minha garantia".
Contudo, admitiu a possibilidade de fornecer "apoio aéreo".
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, confirmou que cerca de 30 países poderão participar neste esforço, mas sublinhou que os detalhes do envolvimento norte-americano ainda estão por definir.
Esta abordagem pragmática procura equilibrar as exigências de segurança da Ucrânia com as realidades geopolíticas, colocando a responsabilidade primária da defesa nos ombros dos aliados europeus.
Em resumoOs EUA propõem um pacto de segurança para a Ucrânia, inspirado no Artigo 5.º da NATO, mas sem a adesão formal à aliança. A iniciativa, que teria o acordo da Rússia, prevê um envolvimento americano limitado, com a Europa a assumir o papel principal na garantia da segurança de Kiev.