O pacote de armamento, notificado ao Congresso pelo Departamento de Estado, inclui 3.350 mísseis ERAM, unidades de GPS, formação e suporte técnico. A diplomacia norte-americana sublinhou que a venda “irá apoiar a política externa e os objetivos de segurança nacional dos Estados Unidos, melhorando a segurança de um país parceiro”.
Um aspeto notável do acordo é o seu financiamento, que será coberto pela Dinamarca, Países Baixos e Noruega — aliados da NATO —, para além do financiamento militar dos próprios EUA.
A decisão de reforçar o arsenal ucraniano ocorre num momento em que Trump pressiona publicamente por uma solução negociada, tendo-se reunido recentemente com o presidente russo, Vladimir Putin. Esta aparente contradição é ainda mais acentuada por notícias de que o Pentágono tem, desde a primavera, restringido secretamente o uso de mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA para ataques dentro do território russo. Esta limitação faria parte de uma estratégia para “persuadir o Kremlin a iniciar negociações de paz”.
Assim, a política da Casa Branca parece oscilar entre o fortalecimento da capacidade defensiva da Ucrânia e a contenção das suas capacidades ofensivas para não escalar o conflito, refletindo a complexidade e as potenciais inconsistências da sua abordagem à guerra.














