A principal agência de saúde pública dos EUA, os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), mergulhou numa crise de liderança após a administração Trump demitir a sua diretora, Susan Monarez. A decisão, que Monarez contesta, desencadeou a demissão de vários altos funcionários e levantou sérias preocupações sobre a interferência política na ciência. A turbulência começou quando a Casa Branca anunciou a saída de Monarez, empossada há menos de um mês, alegando que esta “não estava alinhada com a agenda do presidente”. No entanto, os advogados de Monarez afirmam que a demissão foi uma retaliação pela sua recusa em “aprovar diretrizes não científicas e imprudentes e demitir especialistas dedicados à saúde”.
A disputa está diretamente ligada às políticas antivacinas promovidas pelo Secretário da Saúde, Robert F. Kennedy Jr., que tem vindo a remodelar a abordagem do governo à imunização, em contradição com décadas de investigação científica.
Em resposta à destituição, pelo menos três altos responsáveis do CDC — Debra Houry, Demetre Daskalakis e Daniel Jernigan — apresentaram a sua demissão em protesto.
Monarez está a lutar legalmente contra a sua demissão, argumentando que, como nomeada presidencial confirmada pelo Senado, “apenas o próprio presidente pode demiti-la”.
Para agravar a controvérsia, Jim O’Neill, um adjunto de Kennedy Jr. sem formação em medicina e conhecido por defender teorias da conspiração, foi apontado como diretor interino.
Este episódio desencadeou um raro debate bipartidário, com senadores republicanos a pedirem supervisão no Congresso e democratas a defenderem a demissão de Kennedy.
Em resumoA demissão da diretora do CDC, Susan Monarez, pela administração Trump gerou uma crise institucional. Monarez alega que a sua saída se deveu à recusa em seguir diretrizes "não científicas" do Secretário da Saúde, Robert F. Kennedy Jr. A sua demissão, que ela contesta legalmente, provocou a saída de outros altos funcionários e acendeu o debate sobre a politização da saúde pública.