O acordo comercial, celebrado entre Donald Trump e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, entrou em vigor a 1 de setembro, aplicando direitos alfandegários a setores estratégicos como o automóvel, farmacêutico, da madeira e dos semicondutores.

Perante esta medida, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, justificou a contenção da UE, afirmando que uma retaliação seria um “risco imprudente” numa altura de instabilidade geopolítica. Segundo Costa, “escalar as tensões com um aliado essencial por causa de tarifas, enquanto a nossa fronteira de leste está sob ameaça, teria sido um risco imprudente”.

A decisão da administração Trump não ficou isenta de controvérsia nos próprios Estados Unidos.

Um tribunal federal de recurso considerou que o presidente excedeu os seus poderes legais ao invocar uma emergência nacional para impor as tarifas, declarando-as ilegais. No entanto, a mesma instância judicial suspendeu a execução da sua decisão até 14 de outubro, permitindo que as taxas se mantenham em vigor enquanto o governo prepara um recurso para o Supremo Tribunal. Donald Trump reagiu à decisão judicial nas redes sociais, garantindo que “todas as tarifas continuam em vigor” e acusando o tribunal de ser “altamente partidário”, afirmando que, se as tarifas fossem revogadas, seria um “desastre total para o país”.

A política comercial agressiva de Trump visa, segundo a sua administração, forçar parceiros comerciais a aceitar acordos unilaterais e a investir nos EUA, mas arrisca-se a fragmentar alianças históricas e a desestabilizar o comércio global.