As suas declarações e ações, incluindo a venda de armas a Kiev, refletem uma abordagem complexa e por vezes contraditória ao conflito.

A Casa Branca promoveu ativamente um encontro entre os presidentes Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin, mas o próprio Trump expressou dúvidas sobre a sua viabilidade.

Numa declaração controversa, o presidente americano sugeriu que os líderes talvez “precisem de lutar um pouco mais” até encontrarem uma solução, uma metáfora que ilustra a sua perceção sobre a intransigência de ambas as partes. Apesar dos esforços de mediação, que incluíram uma cimeira com Putin no Alasca e um encontro com Zelensky e líderes europeus em Washington, não se registaram avanços significativos.

A desconfiança aumentou após um ataque russo a Kiev ter provocado dezenas de mortos, levando Trump a declarar-se “descontente”, mas “não surpreendido”. Em contraste com a retórica de paz, a administração Trump aprovou uma venda de armas à Ucrânia no valor de 825 milhões de dólares (cerca de 706 milhões de euros), que inclui 3.350 mísseis de longo alcance e sistemas de navegação. O Departamento de Estado justificou a venda como um apoio à política externa e aos objetivos de segurança nacional dos EUA, “melhorando a segurança de um país parceiro”.

Esta dualidade na abordagem — promover a paz enquanto fornece armamento avançado — tem gerado incerteza entre os aliados europeus e em Kiev sobre as verdadeiras intenções e a estratégia a longo prazo de Washington.