Esta postura ambígua tem gerado incerteza entre os aliados europeus e frustração na Ucrânia.

Apesar de a Casa Branca afirmar que “continua a trabalhar com as autoridades ucranianas e russas para uma reunião bilateral”, o próprio Trump expressou publicamente dúvidas sobre a viabilidade de um encontro direto entre Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin. Numa declaração controversa, sugeriu que talvez os dois líderes “precisem de lutar um pouco mais” antes de encontrarem uma solução, uma metáfora que ilustra a sua visão pragmática e, por vezes, distante do conflito. Simultaneamente, a sua administração aprovou uma venda de armas à Ucrânia no valor de 825 milhões de dólares, incluindo 3.350 mísseis de longo alcance, para “melhorar a segurança de um país parceiro”.

Esta dualidade manifesta-se também nas suas ameaças a Moscovo; Trump alertou que poderá impor novas sanções económicas se a Rússia não cessar a violência, ao mesmo tempo que o seu enviado especial, Steve Witkoff, gerou alarme na Europa com declarações contraditórias sobre alegadas concessões russas.

A diplomacia de Trump incluiu ainda propostas pouco ortodoxas, como a sugestão de que “tropas de paz” chinesas poderiam monitorizar uma zona neutra na Ucrânia pós-guerra, uma ideia que não foi bem recebida pelos aliados ocidentais. Após os recentes bombardeamentos russos em Kiev, Trump declarou-se “descontente”, mas “não surpreendido”, reforçando a perceção de que a sua administração mantém uma postura reativa e imprevisível face à guerra.