A ação mais notória foi a tentativa de demissão da governadora Lisa Cook, que contestou a decisão em tribunal, gerando alertas sobre os riscos para a economia global. Donald Trump, que tem criticado repetidamente a Fed por não cortar as taxas de juro, tentou demitir a governadora Lisa Cook, alegando uma investigação sobre possível fraude hipotecária. Esta ação é inédita nos 112 anos de história da instituição, e Cook respondeu com um processo judicial para anular a destituição, argumentando que um governador da Fed só pode ser demitido por "justa causa", não por divergências políticas. A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, classificou a tentativa de controlo da Fed por Trump como um "perigo muito sério para a economia dos EUA e mundial". Lagarde alertou que "se a política monetária dos EUA não for independente ou ficar dependente do que uma pessoa ditar, (...) o efeito para o equilíbrio da economia americana pode (...) ser muito preocupante".

A manobra de Trump é vista como uma tentativa de obter o controlo do conselho de governadores, substituindo Cook por alguém mais alinhado com a Casa Branca. Economistas inquiridos pelo "Financial Times" alertaram que os ataques de Trump à Fed podem desencadear inflação elevada e perda de confiança na dívida pública. A situação coloca a agenda económica de Trump em rota de colisão com o poder judicial e as instituições independentes, com o Supremo Tribunal a ser uma peça-chave na resolução do conflito.