Pentágono cede advogados para atuarem como juízes de imigração

Numa medida invulgar para lidar com o crescente número de processos de imigração, a administração Trump aprovou a cedência de até 600 advogados militares do Pentágono para servirem temporariamente como juízes. A iniciativa surge no contexto de uma política de repressão à imigração ilegal e de um sistema judicial sobrecarregado. O Departamento de Defesa (Pentágono) autorizou o envio de advogados, tanto militares como civis, para o Departamento de Justiça (DOJ) "o mais rapidamente possível", a pedido deste último. A medida, com uma duração inicial de 179 dias, visa duplicar o número de juízes de imigração atualmente ao serviço, que ronda os 600, para fazer face a um acumulado de aproximadamente 3,5 milhões de processos. A iniciativa insere-se na política de imigração mais dura da administração Trump, que resultou num aumento das detenções e deportações em todo o país. Desde a tomada de posse de Trump, mais de 197 mil pessoas foram deportadas e mais de 61 mil imigrantes estão detidos. A Casa Branca justificou a medida como uma forma de resolver o "significativo acumular de casos", considerando-o uma "prioridade que pode unir todos". No entanto, a utilização de pessoal militar em funções judiciais civis levanta questões sobre a separação de poderes e a imparcialidade do processo, especialmente num contexto de forte politização do tema da imigração. A decisão reflete a urgência e os métodos não convencionais que a administração está disposta a empregar para implementar a sua agenda de controlo de fronteiras.

Em resumo

Para acelerar os processos de imigração, a administração Trump recorreu ao Pentágono, que cederá 600 advogados para atuarem como juízes. Esta medida extraordinária visa combater o enorme atraso nos tribunais de imigração e reflete a prioridade dada à deportação e ao controlo da imigração ilegal.

Artigos

O Jornal Económico

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