A administração Trump defendeu a ação como uma operação contra o narcoterrorismo, enquanto Caracas a classificou como uma "execução extrajudicial".

O presidente Donald Trump anunciou o ataque na sua rede social, afirmando que a operação visou "narcoterroristas do cartel ‘Tren de Aragua’", que, segundo ele, operam "sob o controlo de Nicolas Maduro". A ação militar insere-se numa mobilização mais ampla dos EUA nas Caraíbas, que envolve oito navios de guerra e mais de 4.500 operacionais para combater o tráfico de droga. O Secretário da Defesa, Pete Hegseth, reforçou a posição da Casa Branca, avisando que Washington realizará mais operações e que a ação foi um "sinal claro para o ‘Tren de Aragua’, o ‘Cartel dos Sóis’ e outros oriundos da Venezuela".

Em contrapartida, o governo venezuelano condenou veementemente o ataque.

O ministro do Interior, Diosdado Cabello, acusou os EUA de cometerem assassínios: "Assassinaram 11 pessoas sem passar pela justiça.

Pergunto se isso é aceitável", declarou, acrescentando que "nenhuma suspeita de tráfico de droga justifica execuções extrajudiciais no mar". O próprio Nicolás Maduro acusou Washington de usar o narcotráfico como pretexto para se apoderar dos recursos naturais venezuelanos, afirmando que "o imperialismo atacou (...) inventando uma história em que ninguém acredita".

O incidente gerou preocupação internacional, levando o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, a apelar a uma redução das tensões e a uma solução pacífica.