Esta política ambivalente reflete a complexidade e a tensão que caracterizam as relações entre Washington e Moscovo.
Na sequência do maior ataque aéreo russo à Ucrânia desde o início da guerra, o Presidente Donald Trump declarou inequivocamente a sua prontidão para impor uma nova fase de sanções.
Questionado por um jornalista se estava preparado para tal, respondeu afirmativamente: "Sim, estou".
O seu ministro das Finanças, Scott Bessent, reforçou esta posição, afirmando que os Estados Unidos estão "prontos para aumentar a pressão" sobre a Rússia e apelando aos parceiros europeus para que façam o mesmo.
A estratégia incluiria sobretaxas alfandegárias a países que compram hidrocarbonetos à Rússia, visando minar o financiamento do esforço de guerra do Kremlin.
Contudo, em paralelo com esta postura assertiva, Trump anunciou a intenção de falar com Vladimir Putin "muito em breve", nos próximos dias, manifestando o seu descontentamento com o prolongamento do conflito. "Estou muito dececionado com o presidente Putin.
(...) Milhares de pessoas estão a morrer, é uma guerra que não faz sentido", afirmou.
Do lado russo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, expressou o desejo de Moscovo por uma "cooperação igualitária com todos os países, incluindo os Estados Unidos", sublinhando que o diálogo deve ser "honesto e aberto" para evitar que os desentendimentos se transformem em conflitos.
Lavrov chegou a mencionar "perspetivas interessantes" na cooperação económica, como a produção de gás natural liquefeito no Alasca. Esta troca de mensagens revela uma dinâmica de confronto e cooperação, onde a pressão económica é usada como alavanca para forçar negociações, embora o sucesso de tal abordagem permaneça incerto.














