Numa vitória significativa para a administração Trump, o Supremo Tribunal dos EUA autorizou os agentes de imigração a deterem suspeitos de situação irregular com base em critérios como "etnia aparente" ou sotaque, suspendendo uma decisão judicial que proibia rusgas assentes em preconceitos raciais. A decisão, tomada com seis votos a favor e três contra, deu razão ao governo de Donald Trump, que tinha recorrido de uma ordem de um juiz federal que impedia temporariamente as rusgas de imigração em Los Angeles baseadas unicamente na aparência das pessoas, na língua que falam ou no trabalho que realizam. A maioria conservadora do tribunal permitiu que as autoridades de imigração continuem as suas operações enquanto o caso prossegue em instâncias inferiores.
O juiz Brett Kavanaugh, nomeado por Trump, escreveu que, embora a "etnia aparente por si só não possa fornecer suspeita razoável", ela pode ser um "'fator relevante' quando considerada juntamente com outros elementos relevantes".
Esta posição valida a abordagem da agência de Imigração e Alfândega (ICE) e reforça a política de deportações em massa da Casa Branca, podendo criar um precedente para operações semelhantes noutras grandes cidades.
Em forte oposição, a juíza Sonia Sotomayor, acompanhada pelos seus colegas liberais, escreveu uma contundente discordância: "Inúmeras pessoas na área de Los Angeles foram agarradas, atiradas ao chão e algemadas simplesmente por causa da sua aparência, do seu sotaque e do facto de ganharem a vida com trabalho manual.
Hoje, o Tribunal sujeita desnecessariamente inúmeras outras pessoas às mesmas indignidades".
Os juízes dissidentes consideraram a decisão um "grave abuso" que permite a continuação de detenções baseadas em preconceitos raciais.
Em resumoO Supremo Tribunal deu aval à política de imigração de Trump, permitindo que agentes federais usem a aparência e o sotaque como fatores para deter suspeitos. A decisão, aprovada por uma maioria conservadora, foi duramente criticada pela ala liberal do tribunal como um "grave abuso" que legaliza a discriminação.