As medidas, que visam desde semicondutores a bens de consumo, geraram disputas com aliados e rivais, e perturbaram as cadeias de abastecimento globais.

Uma das principais prioridades de Trump tem sido o desenvolvimento da indústria transformadora em solo americano, recorrendo a tarifas generalizadas para conter importações.

Recentemente, anunciou a intenção de impor taxas “bastante significativas” sobre semicondutores importados, incentivando empresas como a Apple a construir fábricas nos EUA para evitar o pagamento.

Esta estratégia estendeu-se à política externa, com a Casa Branca a pressionar a União Europeia a aplicar tarifas de 50% a 100% contra a China e a Índia pelas suas compras de petróleo russo, como forma de limitar o financiamento da guerra na Ucrânia. A mesma abordagem foi usada como retaliação, como quando Trump ameaçou a UE com novas taxas após a Comissão Europeia ter multado a Google por abuso de posição dominante. No entanto, a política não é inflexível, como demonstrado pela redução das tarifas sobre automóveis japoneses de 25% para 15% após a assinatura de um acordo bilateral.

O impacto destas políticas tem sido vasto, levando, por exemplo, 88 países a suspenderem os seus serviços postais para os EUA devido à complexidade e aos custos de cobrar as novas tarifas sobre pequenas encomendas.

A legalidade desta abordagem é contestada, com a justiça dos EUA a considerar que o Presidente não tem autoridade para impor tarifas generalizadas, uma decisão da qual a administração recorreu para o Supremo Tribunal.