O governo de Donald Trump anunciou a intenção de reverter uma norma ambiental fundamental, propondo o fim da exigência de que as indústrias mais poluentes dos EUA calculem e reportem as suas emissões de gases com efeito de estufa. A medida, proposta pela Agência de Proteção Ambiental (EPA), eliminaria o programa que, desde 2010, obriga os principais poluidores, incluindo o setor dos combustíveis fósseis, a comunicar anualmente as suas emissões de gases como metano e CO2. O responsável da EPA, Lee Zeldin, justificou a proposta afirmando que o programa "não é mais do que uma formalidade administrativa que não contribui em nada para melhorar a qualidade do ar", destacando a poupança de custos para as empresas. Críticos, no entanto, alertam para as graves consequências da medida.
A organização Union of Concerned Scientists acusou a administração de tentar "ocultar os dados para mascarar os danos".
Julie McNamara, da mesma organização, frisou: "Se não conseguimos saber o que uma empresa está a fazer, não podemos responsabilizá-la".
A proposta também complicaria o cálculo das emissões totais dos EUA, o segundo maior emissor mundial.
Mesmo as indústrias que continuariam obrigadas a reportar emissões de metano sob a lei climática IRA, do anterior presidente Joe Biden, beneficiariam de uma isenção até 2034. Esta ação é consistente com a política ambiental de Trump, que desde o seu regresso ao poder tem desmantelado regulamentações e promovido a produção de petróleo e gás.
Em resumoA proposta de eliminar a obrigatoriedade de reporte de emissões representa um retrocesso significativo na política climática dos EUA. A medida, alinhada com a agenda desreguladora da administração Trump, visa aliviar os encargos sobre a indústria, mas é criticada por minar a transparência e a responsabilização ambiental, dificultando o combate às alterações climáticas.