A manobra representa um desafio sem precedentes à independência da instituição, numa altura em que se aproxima uma decisão crucial sobre as taxas de juro.

No final de agosto, o presidente decidiu demitir Cook, acusando-a de fraude com créditos imobiliários por, alegadamente, ter indicado duas propriedades como "residências primárias" antes de integrar o Conselho de Governadores.

Cook, que não enfrenta acusações criminais, considerou a demissão ilegal e processou a administração.

Um tribunal federal bloqueou temporariamente a sua destituição, e um tribunal de recurso rejeitou um pedido de emergência do governo para anular essa decisão. Esta é a segunda derrota judicial de Trump nos seus esforços para remodelar a liderança da Fed com aliados políticos, após a recente e renhida confirmação de Stephen Miran para o Conselho. O confronto ocorre na véspera de uma reunião do Comité de Mercado Aberto da Fed, onde se espera um corte nas taxas de juro.

Trump tem criticado repetidamente a Fed, liderada por Jerome Powell, por não baixar os juros de forma mais agressiva. Powell, por sua vez, tem reafirmado o compromisso da instituição com a sua independência, afirmando que as decisões não são influenciadas por considerações políticas.

O recurso ao Supremo Tribunal para demitir uma governadora da Fed é uma medida extrema que sublinha a determinação de Trump em exercer controlo sobre a política monetária do país.