O Presidente Donald Trump gerou uma intensa polémica ao sugerir publicamente uma ligação entre o consumo de paracetamol durante a gravidez, bem como o calendário de vacinação infantil, e o aumento de diagnósticos de autismo nos Estados Unidos. As declarações, feitas sem a apresentação de provas científicas, provocaram uma reação imediata e contundente da comunidade médica e de fabricantes de medicamentos.\n\nNum discurso na Casa Branca, ao lado do Secretário da Saúde, Robert F. Kennedy Jr., uma figura proeminente do movimento antivacinas, Trump apelou diretamente às grávidas para que não tomassem paracetamol, conhecido pela marca Tylenol, descrevendo-o como “possivelmente associado a um risco muito maior de autismo”. Para sustentar a sua posição, chegou a afirmar que “praticamente não há autismo” em Cuba devido à suposta falta de acesso ao fármaco.
Anunciou ainda que a Food and Drug Administration (FDA) iria notificar os médicos sobre este alegado risco.
A comunidade médica reagiu prontamente.
Steven Fleischman, presidente do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, classificou as sugestões como “irresponsáveis”, acusando a administração de transmitir uma “mensagem prejudicial e confusa” sem suporte científico.
A Kenvue, fabricante do Tylenol, também rejeitou a associação, com a porta-voz Melissa Witt a declarar-se “profundamente preocupada” com o impacto das declarações na saúde das mulheres.
Trump questionou igualmente a vacinação de recém-nascidos contra a hepatite B, uma prática recomendada para prevenir a transmissão vertical da mãe para o filho. Especialistas reiteraram que o aumento de diagnósticos de autismo se deve a critérios de avaliação mais abrangentes e precisos, e não a um aumento real da incidência ou a uma causa única comprovada.
Em resumoAs alegações infundadas de Donald Trump sobre a ligação do paracetamol e das vacinas ao autismo desencadearam uma forte condenação por parte de especialistas de saúde e da indústria farmacêutica. Apesar da ausência de evidências científicas, a administração anunciou a intenção de a FDA emitir alertas, intensificando o debate sobre desinformação e saúde pública.