A intervenção, que excedeu largamente o tempo previsto, foi marcada por autoelogios e ataques a diversas entidades internacionais.

A principal crítica de Trump centrou-se na incapacidade da ONU para prevenir ou resolver conflitos globais. O presidente norte-americano afirmou ter terminado “sete guerras em sete meses” sem qualquer ajuda da organização, queixando-se de que “nem nunca recebi uma chamada das Nações Unidas a oferecerem-se para ajudar”. A sua frustração levou-o a questionar o propósito da instituição: “Se for esse o caso, qual é o objetivo das Nações Unidas?”.

Além do seu papel na manutenção da paz, Trump acusou a ONU de promover a imigração ilegal, descrevendo-a como estando a “financiar um assalto aos países ocidentais”, e de mentir sobre a crise climática. O discurso teve o tom de um comício político, no qual Trump também se queixou de problemas técnicos, como um teleponto avariado e escadas rolantes paradas.

No entanto, apesar das duras críticas, numa reunião bilateral posterior com o secretário-geral António Guterres, Trump adotou um tom mais conciliador, declarando que o seu país apoia a ONU “a 100%” e que o seu potencial é “verdadeiramente incrível”.

Esta duplicidade de mensagens reflete a relação complexa de Trump com as instituições multilaterais: publicamente crítico para a sua base de apoio, mas pragmaticamente envolvido nos bastidores.