O episódio ilustra como a liberdade de expressão e a sátira política se tornaram campos de batalha, com a administração a exercer pressão sobre os meios de comunicação.
O conflito começou quando Jimmy Kimmel, no seu programa 'Jimmy Kimmel Live!'
na ABC, fez comentários satíricos sobre a forma como Donald Trump lamentou a morte de Charlie Kirk, assassinado a 10 de setembro. Kimmel disse que Trump lamentou a morte "tal como uma criança de 4 anos lamenta a morte de um peixe".
A reação da administração foi imediata.
O chefe da Comissão Federal de Comunicações (FCC), nomeado por Trump, classificou os comentários como "verdadeiramente doentios" e ameaçou a ABC, propriedade da Disney, com repercussões.
Sob esta pressão, a estação suspendeu o programa.
Contudo, a suspensão gerou uma onda massiva de apoio a Kimmel, incluindo de figuras como Barack Obama, e apelos ao boicote da Disney, forçando a empresa a recuar e a reintegrar o apresentador. Trump reagiu furiosamente ao regresso de Kimmel, chamando à ABC "lixo democrata" e ameaçando "testar a 'ABC' novamente".
Este caso é visto como um exemplo da estratégia de intimidação de Trump contra os media, que por vezes resulta em pagamentos avultados por parte das empresas para evitar litígios. O assassinato de Kirk, por sua vez, foi transformado pela administração num símbolo da violência da "esquerda radical", com Trump a homenageá-lo como um "mártir" e um "herói americano" num evento com contornos de comício político.













