O caso surge após pressão pública direta do Presidente para que o seu adversário político fosse processado judicialmente, levantando sérias questões sobre a independência do Departamento de Justiça.

Donald Trump queixou-se abertamente à procuradora-geral, Pam Bondi, pela demora em apresentar acusações contra Comey, chegando a sugerir a nomeação de uma das suas advogadas pessoais, Lindsey Halligan, para o cargo de procuradora. A acusação, apresentada por um grande júri federal na Virgínia pouco antes da prescrição do caso, refere-se a um depoimento de Comey ao Comité Judiciário do Senado em setembro de 2020 sobre a investigação às ligações entre a campanha de Trump em 2016 e a Rússia.

O Presidente saudou a decisão, classificando Comey como "um dos piores seres humanos a que este país já foi exposto".

Em resposta, Comey afirmou não ter "medo", declarando que a acusação é "a arma dos tiranos" e o "preço a pagar por se opor a Donald Trump".

O caso é visto por analistas como um "ato puramente político", refletindo a intenção de Trump de usar o sistema judicial contra os seus inimigos. O próprio Presidente admitiu que "espera" que outros adversários, como a procuradora de Nova Iorque, Letitia James, e o senador Adam Schiff, sejam também acusados, insistindo que "é uma questão de justiça, não de vingança".