A declaração, feita sem apresentação de provas científicas conclusivas, foi imediatamente contestada pela comunidade médica e pelo fabricante do medicamento.

Numa conferência de imprensa na Casa Branca, ao lado do seu secretário da Saúde, Robert F. Kennedy Jr., uma figura proeminente do movimento antivacinas, Trump afirmou que o paracetamol está "possivelmente associado a um risco muito maior de autismo" e apelou às grávidas para não o tomarem.

Anunciou ainda que a Food and Drug Administration (FDA) iria notificar os médicos sobre este alegado risco.

O presidente também questionou a segurança das vacinas, em particular a da hepatite B para recém-nascidos, contrariando as recomendações médicas estabelecidas.

A comunidade científica reagiu de forma veemente.

O presidente do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, Steven Fleischman, considerou a sugestão "irresponsável", enquanto a Kenvue, fabricante do Tylenol, se mostrou "profundamente preocupada" com o impacto destas declarações.

Especialistas reiteram que o aumento dos diagnósticos de autismo se deve a critérios mais abrangentes e a melhores métodos de avaliação, e não a uma causa única comprovada.

A administração anunciou um esforço governamental para investigar as causas do autismo, mas a presença de figuras controversas no processo gerou apreensão entre investigadores.