A contagem decrescente para o fim do prazo de financiamento, a 30 de setembro, coloca em risco milhões de funcionários federais e ameaça ter impactos económicos significativos.

Uma paralisação ocorre quando o Congresso não aprova a tempo as leis de despesa, suspendendo os serviços públicos considerados não essenciais.

O atual impasse político centra-se na recusa dos Democratas em aprovar uma resolução de curto prazo proposta pelos Republicanos sem que esta inclua a prorrogação de créditos fiscais do Affordable Care Act (Obamacare). Os Republicanos, por sua vez, acusam os Democratas de quererem usar o tema da saúde como arma política e de manterem "o governo e o povo americano como reféns". O vice-presidente JD Vance afirmou que os Democratas estão a "apontar uma arma à cabeça do povo norte-americano".

O Presidente Trump cancelou reuniões, mas acabou por recuar e receber os líderes do Congresso, embora tenha confidenciado não acreditar num acordo iminente.

Os economistas estimam que cada semana de paralisação pode reduzir o PIB trimestral em 0,1% a 0,3%, para além de aumentar a perceção de risco da dívida soberana e a incerteza nos mercados financeiros. A crise é agravada por uma saída em massa de funcionários públicos, com mais de 100 mil demissões previstas para 1 de outubro, no âmbito de um programa de "demissões diferidas" criado pela administração Trump para reduzir o número de funcionários públicos.