A crise, que representa o terceiro "shutdown" da era Trump e o primeiro em sete anos, ameaça a economia e coloca centenas de milhares de funcionários públicos em licença sem vencimento. A paralisação, que se tornou inevitável à meia-noite de 1 de outubro, resulta de um profundo impasse político entre republicanos e democratas. A principal divergência centra-se no financiamento de programas de saúde; os democratas exigem a manutenção de créditos fiscais ligados ao Affordable Care Act (Obamacare), enquanto os republicanos, alinhados com a agenda de cortes de despesas de Donald Trump, pretendem eliminar esses apoios. O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, acusou os republicanos de empurrarem o país para a crise.

Em resposta, a administração Trump culpou a oposição pela falta de acordo.

O próprio presidente adotou uma postura desafiadora, chegando a afirmar que "Muitas coisas boas podem vir de um 'shutdown'. Podemos livrar-nos de coisas que não queremos, coisas democratas".

Trump também ameaçou com ações "irreversíveis", como o despedimento em massa de funcionários públicos.

Estima-se que cerca de 750 mil trabalhadores federais sejam colocados em licença sem vencimento.

Embora serviços essenciais como as Forças Armadas e o controlo de tráfego aéreo continuem a operar, os funcionários não receberão salários até que o impasse seja resolvido.

Os economistas alertam para o impacto negativo na economia, estimando que cada semana de paralisação possa reduzir o crescimento do PIB trimestral entre 0,1% e 0,3%, com perdas que podem atingir 1,5% num mês.

A crise aumenta também a perceção de risco sobre a dívida soberana dos EUA, podendo levar a um aumento das taxas de juro.