Esta estratégia ambígua gera incerteza sobre a direção da política externa americana no conflito.

Por um lado, Washington considera, pela primeira vez, autorizar o envio de mísseis de precisão Tomahawk para a Ucrânia, uma arma com alcance de 2.500 quilómetros que deixaria alvos importantes em território russo vulneráveis. O Kremlin reagiu de forma contundente, com o porta-voz Dmitry Peskov a advertir que tal decisão provocaria uma resposta "apropriada" de Moscovo e marcaria "uma nova etapa qualitativamente nova na escalada".

Por outro lado, o Presidente Trump tem elogiado publicamente o seu homólogo russo.

Após uma cimeira no Alasca, Trump descreveu Putin como um "interlocutor à vontade", apreciando a sua postura "franca e direta". O próprio Putin agradeceu a Trump pela organização da cimeira, considerando-a um sinal de progresso nas relações bilaterais. Esta aparente contradição é ainda acentuada pelas declarações de Trump sobre o poderio nuclear americano, gabando-se de ter enviado um submarino nuclear para perto da costa russa, uma alegação que o antigo presidente russo, Dmitry Medvedev, ridicularizou, afirmando ser "difícil encontrar um gato preto num quarto escuro – especialmente se ele não estiver lá".