O governo federal dos Estados Unidos entrou numa paralisação parcial, ou 'shutdown', após o fracasso das negociações no Congresso para aprovar o orçamento, deixando centenas de milhares de funcionários públicos em licença não remunerada e suspendendo vários serviços não essenciais. A crise foi desencadeada pela incapacidade de alcançar os 60 votos necessários no Senado para aprovar uma medida de financiamento, apesar de os Republicanos controlarem ambas as câmaras. O principal ponto de discórdia é a exigência dos Democratas de estender os créditos fiscais associados à Lei dos Cuidados de Saúde (Affordable Care Act), que expiram no final do ano. Os Republicanos, por sua vez, acusam a oposição de querer financiar cuidados de saúde para imigrantes indocumentados, uma alegação que os Democratas negam.
A paralisação afeta aproximadamente 750.000 funcionários federais, que foram colocados em desemprego técnico.
Serviços essenciais, como as Forças Armadas e o controlo de tráfego aéreo, continuam a operar, mas os trabalhadores não receberão os seus salários até que o impasse seja resolvido.
O Presidente Donald Trump reagiu à situação de forma controversa, descrevendo-a como uma "oportunidade sem precedentes" para fazer cortes profundos na administração.
Numa publicação na sua rede social, Truth Social, Trump ameaçou com despedimentos permanentes em vez de licenças temporárias, afirmando que se reuniria com o diretor do orçamento da Casa Branca "para determinar quais as agências democratas, muitas das quais são fraudes políticas, que recomenda eliminar".
Esta retórica intensifica o confronto político, com o líder democrata Hakeem Jeffries a acusar Trump de comportamento "irresponsável e pouco sério".
Uma sondagem do Washington Post revelou que 47% dos americanos culpam Trump e os Republicanos pelo impasse, enquanto 30% responsabilizam os Democratas.
Economistas alertam para os impactos negativos, com o último 'shutdown' a custar 11 mil milhões de dólares à economia.
Em resumoA paralisação do governo dos EUA, motivada por um impasse sobre o financiamento da saúde, resultou na suspensão de 750.000 funcionários e na interrupção de serviços. A crise é agravada pela abordagem do Presidente Trump, que vê a situação como uma oportunidade para despedimentos em massa e cortes seletivos, aprofundando a polarização política em Washington e gerando incerteza económica.