Esta situação, que afeta centenas de milhares de funcionários públicos, resulta de profundas divergências entre republicanos e democratas sobre o financiamento de programas de saúde. O impasse, ou 'shutdown', que se iniciou a 1 de outubro, forçou a suspensão de serviços federais considerados “não essenciais” e colocou cerca de 750 mil funcionários públicos em licença sem vencimento. A origem do conflito reside na recusa dos democratas em aprovar uma proposta de financiamento que não inclua a extensão dos subsídios do 'Affordable Care Act' (conhecido como Obamacare), que expiram no final do ano. O líder democrata na Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries, alertou que, sem esta extensão, “mais de 20 milhões de pessoas vão ter aumentos dramáticos dos prémios dos seguros de saúde”. Por seu lado, os republicanos e a Casa Branca acusam os democratas de quererem financiar cuidados de saúde para imigrantes indocumentados e de manterem o governo “refém”. O Presidente Donald Trump adotou uma postura desafiadora, descrevendo a paralisação como uma “oportunidade inédita” para fazer cortes profundos em agências federais e despedir funcionários de forma permanente, em vez de os colocar em licença temporária.
Numa publicação na sua plataforma Truth Social, Trump afirmou que iria reunir-se com o diretor do orçamento “para determinar quais as agências democratas, muitas das quais são fraudes políticas, que recomenda eliminar”.
Esta retórica intensificou o confronto político, transformando o impasse orçamental numa arma de retaliação contra a oposição e os estados democratas, para os quais foram anunciados cortes de financiamento em paralelo.













