A incapacidade do Congresso em aprovar uma lei orçamental levou a uma paralisação parcial do governo federal, a terceira durante a presidência de Trump. O impasse, centrado em disputas sobre o financiamento de cuidados de saúde, resultou na suspensão de serviços e no afastamento de centenas de milhares de funcionários públicos, com o presidente a ameaçar com despedimentos em massa. O 'shutdown' começou após o Senado falhar repetidamente em alcançar os 60 votos necessários para aprovar uma medida de financiamento. O principal ponto de discórdia foi a exigência dos democratas de estender os créditos fiscais associados ao 'Affordable Care Act' (Obamacare), que os republicanos rejeitaram, acusando a oposição de querer financiar a saúde de “imigrantes ilegais”. A paralisação forçou cerca de 750.000 funcionários federais considerados “não essenciais” a ficarem em casa sem salário e ameaçou a publicação de dados económicos vitais, como os relatórios de emprego e da balança comercial.
O Presidente Trump viu a crise como uma “oportunidade inédita” para avançar com a sua agenda, ameaçando com “despedimentos iminentes” e cortes permanentes em agências federais.
Numa escalada de retaliação política, a administração anunciou o cancelamento de 26 mil milhões de dólares em fundos para projetos de infraestruturas e energia limpa em 16 estados liderados por democratas, incluindo Nova Iorque e Califórnia.
O diretor do orçamento da Casa Branca, Russell Vought, confirmou que o objetivo era cortar o financiamento da “agenda climática da esquerda”.
A situação criou um clima de incerteza económica e política, com os democratas a acusarem Trump de comportamento “irresponsável” e os republicanos a culparem a oposição pelo bloqueio.
Em resumoA paralisação do governo evidenciou a profunda divisão política em Washington e foi utilizada pela administração Trump como uma arma de pressão. Além de suspender serviços e afetar centenas de milhares de trabalhadores, a crise serviu de pretexto para ameaçar com despedimentos em massa e para retaliar financeiramente contra estados democratas, aprofundando o clima de confronto político.