A paralisação, a primeira em sete anos, resultou do fracasso das negociações entre Republicanos e Democratas no Senado, onde nenhuma das propostas orçamentais conseguiu alcançar os 60 votos necessários para aprovação.

O principal ponto de contenção é a exigência dos Democratas de prolongar os subsídios da Lei de Acesso aos Cuidados de Saúde, conhecida como Obamacare, que expiram no final do ano. Os Republicanos, por sua vez, acusam a oposição de querer financiar a saúde de "imigrantes ilegais", uma alegação que os Democratas negam, e insistem que qualquer negociação só deve ocorrer após a reabertura do governo. O Presidente Donald Trump adotou uma postura ambígua, por um lado, reforçando a retórica republicana ao afirmar que se desperdiçam "milhares de milhões e milhares de milhões" no sistema de saúde, mas, por outro, sinalizando uma abertura para um acordo. "Temos uma negociação em curso com os Democratas que pode conduzir a coisas muito boas", afirmou Trump, oferecendo um raro vislumbre de esperança.

No entanto, também descreveu o 'shutdown' como uma "oportunidade inédita" para realizar cortes e despedimentos.

As consequências da paralisação são vastas, afetando cerca de 750.000 funcionários federais, que foram mandados para casa sem salário, e ameaçando serviços essenciais, como o controlo de tráfego aéreo, e a publicação de dados económicos vitais. A Casa Branca advertiu que os despedimentos são "iminentes", transformando o que é tipicamente uma licença temporária numa ameaça de demissões permanentes.