A polícia federal dos Estados Unidos (FBI) anunciou o corte de relações com duas proeminentes organizações não governamentais, a Liga Antidifamação (ADL) e o Southern Poverty Law Center (SPLC), após pressão de conservadores e aliados do Presidente Donald Trump. O diretor do FBI, Kash Patel, justificou as decisões acusando os grupos de se terem tornado partidários e de espionarem cidadãos norte-americanos. Patel afirmou que a ADL, uma organização pró-Israel, realizava "operações desonrosas de espionagem contra norte-americanos" e que o FBI "não fará parcerias com frentes políticas que se fazem passar por agências de vigilância". A rutura com a ADL ocorreu depois de esta ter classificado como extremista o grupo Turning Point, liderado pelo ativista ultraconservador Charlie Kirk, que foi assassinado em setembro e era um aliado próximo de Trump. A ADL acusou Kirk de promover teorias da conspiração e nacionalismo cristão.
Poucos dias depois, Patel anunciou o corte de laços com o SPLC, um grupo que há décadas monitoriza o extremismo doméstico.
O diretor do FBI acusou a organização de se ter transformado numa "máquina de difamação partidária" e criticou o seu uso de um "mapa do ódio".
A decisão surge após figuras como Elon Musk terem criticado o SPLC por descrever o Turning Point como "um estudo de caso da extrema-direita".
Estas ações representam uma mudança significativa na relação do FBI com grupos da sociedade civil que tradicionalmente colaboravam com as autoridades na monitorização de grupos de ódio e extremismo.
Em resumoA decisão do FBI de se afastar da ADL e do SPLC, sob a liderança de um diretor alinhado com a administração Trump, assinala uma politização da luta contra o extremismo. Ao ceder à pressão de figuras conservadoras, a agência distancia-se de parceiros históricos, levantando questões sobre a sua futura abordagem na vigilância de grupos de ódio e a sua independência face a influências políticas.