O Presidente de Taiwan, William Lai, fez um apelo direto a Donald Trump, argumentando que uma potencial invasão chinesa da ilha representaria também uma ameaça direta aos interesses dos Estados Unidos e à ordem mundial. Numa entrevista a um programa de rádio norte-americano, Lai afirmou que, se tivesse a oportunidade de se encontrar com Trump, dir-lhe-ia que a China está a expandir o seu poderio militar em toda a região do Indo-Pacífico, com manobras que já afetam o Japão e a Austrália. "O que está em jogo não é apenas a 'anexação' de Taiwan", alertou Lai.
"Se a China se apoderasse da ilha, ganharia ainda mais poder para competir com os Estados Unidos na arena internacional, perturbando a ordem mundial baseada em regras e prejudicando os interesses fundamentais dos próprios Estados Unidos".
Lai sublinhou que quem quebra o status quo no Estreito de Taiwan "não é Taiwan, mas a China", e defendeu que a paz "só pode ser alcançada através da força". Apesar da retórica firme, o presidente taiwanês mostrou-se disposto a negociar com a China, desde que haja "igualdade e respeito". Expressando confiança no apoio contínuo de Trump, Lai chegou a sugerir que o presidente americano mereceria o Prémio Nobel da Paz se conseguisse que o líder chinês, Xi Jinping, renunciasse ao uso da força contra Taiwan, uma promessa que Trump afirmou ter recebido de Xi.
Em resumoO apelo do Presidente de Taiwan a Donald Trump visa enquadrar a segurança da ilha como uma questão de interesse estratégico fundamental para os EUA. Ao misturar uma postura de defesa baseada na força com uma abertura ao diálogo, William Lai procura garantir o apoio da administração Trump, sugerindo que a contenção da China na região é crucial para a manutenção da estabilidade global e da liderança americana.